terça-feira, 7 de agosto de 2012

PRESIDENTE DA AME HERÓIS DA FÉ ESPIA O CAMPO MISSIONÁRIO NA ÍNDIA


Pr. Humberto na motoneta
Pr. Humberto na motoneta
Indianos assistem ao culto
Indianos assistem ao culto
Parte do público que assistiu ao culto
Parte do público que assistiu ao culto
Eu e o irmão Emannuel
Eu e o irmão Emannuel
Vista da cidade através da janela do hotel.
Vista da cidade através da janela do hotel.
Centro de Markapur
Centro de Markapur
O Pr. Humberto Schimitt Vieira, Presidente da Associação Missionária e Evangelística Heróis da Fé, está, desde o dia 1° de agosto, em uma viagem missionária à Índia. O propósito é "espiar a terra", com vistas à implantação de um trabalho missionário no país.
Confira, abaixo, o seu relato sobre esta desafiadora nação: 
Depois de exatas 50 horas de viagem, chegamos a Markapur, cidade onde mora o irmão Prabhakar e sua família.
A viagem de Hyderabad a Markapur foi mais demorada do que imaginamos.
No caminho, o motorista teve que dar mais uns subornos para os guardas de trânsito: sete dólares‏. Depois, o carro estragou e nós tivemos que parar. Achamos que fosse o cabo da embreagem, mas logo descobrimos que tinha vazado óleo da embreagem. O motorista seguiu, sem embreagem mesmo, na caixa seca, fazendo as mudanças no tempo.
Paramos de novo, a 100km do destino, numa pequena cidade. O povo todo estava na rua. Pedi ao irmão Prabhakar para ir a um banheiro público. Prontamente, ele desceu do carro e pediu que eu o acompanhasse. Levou-me a uma vala que corria junto à rua e me disse: "here, pastor" (tradução em português: “aqui, pastor”). Vendo o meu embaraço, mostrou-me outro homem que urinava ali perto e, em solidariedade a mim, também virou de costas para o povo que passava na rua e passou a urinar. Depois, explicou-me que não há sanitários públicos. Por isso, se vê a qualquer hora as pessoas urinando. As mulheres, por sua vez, vão atrás de alguma árvore, assim como os homens, quando a necessidade é defecar.
Apesar disso, foi uma parada abençoada. Usei o “banheiro” e arrumamos o carro. Assim, chegamos a Markapur, onde estou hospedado em um hotel.
O irmão Prabhakar levou-me para almoçar na sua casa. É de dois pisos. Embaixo é a igreja. Tudo simples, mas limpo.
a irmã Susan, sua esposa, fez arroz, galinha tipo frango a passarinho e curry, que é o molho apimentado para misturar com o arroz. Ela fez um com pouca pimenta, só para mim, e outro "quente" para eles. De sobremesa, romã, banana e o legítimo "chá da Índia".
Elogiei muito a comida. Ele estava um pouco constrangido, pois os copos são de metal, não há copos de vidro. Seus pratos são de plástico. Nas janelas só tem grades, não tem vidros.
Mas gostei de tudo, e o irmão Prabhakar ficou muito contente por ter agradado.
Depois de almoçar na casa do irmão Prabhakar, fomos orar na casa do irmão Eamnuel, tesoureiro da igreja. Ele tinha ido à casa de irmão Prabhakar dar-me e colocar sobre mim um "manto de honra".
 Então, fomos ao hotel, para eu fazer a barba de três dias, pois não pudera fazer devido à falta de água.
Após isso, fomos conhecer a pé o centro da cidade. A sujeira é constante. Os comerciantes se acomodam à beira das ruas com banquinhas feitas sobre rodas de bicicleta. Ali se vende de tudo: comidas feitas na hora, frutas, vegetais, carne, etc.
                                
Depois, tem os mercados, tipo nossas feiras. Há o mercado de grãos, de frutas, de galinha e ovos, de legumes, tudo separado. São ruas ou quarteirões onde esses micro-comerciantes se instalam. Fiquei imaginando que, se um WalMart se instalasse aqui, tiraria o sustento de milhares de pessoas.                        
Pedi para ir a uma loja de roupas. O sistema da roupa masculina é interessante. Compra-se o casaco do terno e vem de brinde o tecido para fazer a calça; e se compra também o tecido para fazer a camisa. O alfaiate cobra 7 dólares para fazer a calça e a camisa. O tecido da camisa custa de 4 a 10 dólares. O casaco custa de 50 a 100 dólares.
Visitamos alguns templos hindus e tirei fotos.
Por fim, fomos visitar os mercados. Fomos no de grãos em primeiro lugar. Como a comida base é o arroz, fomos numa lojinha de arroz para ver o preço. O arroz bom custa 0,75 dólares o quilo.
Na frente da loja de arroz, enfiei o pé num enorme esterco de vaca, quentinho ainda. Soltei um "ooohh". Os comerciantes e as pessoas do povo que estavam ali começaram a gritar na minha volta em telugô (a língua daqui). Perguntei ao irmão Prabhakar o que eles estavam gritando. Ele me disse que eles diziam: "oh, que bom, ele foi abençoado, oh, isso é muito bom, boa sorte, é bênção".
A chuva estava forte e nos abrigamos num cyber, enquanto o irmão Prabhakar checava seus e-mails. Depois, fomos para a casa do irmão Prabhakar para jantar. Ele está numa felicidade por eu ter gostado da comida deles. Não sabe o que vai fazer de contentamento. Comprou até uns pepinos no mercado dos legumes, porque disse que viu no Brasil que a gente come salada e eles não têm esse costume.
Ele está muito feliz porque as pessoas não notam que eu sou estrangeiro e vêm falar em telugo comigo.
Na janta, passei por um “susto”. Como no almoço a irmã Susan havia feito um molho com pouca pimenta para mim e outro bem apimentado para eles e repetiu o cardápio à noite, eu servi bastante molho no arroz e despejei na boca. Imediatamente, queimei a garganta e a glote, e eu não conseguia respirar. Me faltou o ar... Eles correram e trouxeram um refrigerante de cola. Foi o que me valeu.
A comida foi arroz com curry, galinha frita, salada de pepino, repolho e outra coisa que não sei o nome, temperada com limão e sal (melhor do que vinagre), e de sobremesa, coalhada e uva.
No culto, depois de eles colocarem sobre mim oficialmente o manto de honra, numa cerimônia rápida, recebi a oportunidade para pregar.
A maioria da plateia era hindu. Preguei baseado em Isaías 43.10 e Lucas 1.37, ensinando que antes de Deus nunca houve deus e que depois de Deus não houve e nem haverá deus. Depois, passando para Lucas, ensinamos que a marca do Deus verdadeiro é que Ele faz coisas impossíveis.
Ilustrei os versículos com a história da minha vida e do Ministério Restauração. Foi minha primeira mensagem em inglês. Errei somente uma palavra. Na ministração, sentia-me como se estivesse falando português. Caiu uma glória impressionante que envolveu o povo.
Só lastimei que, por não conhecer a cultura do povo, não saí no meio da multidão impondo as mãos. Eu me sentia voando. Glórias a Deus. Depois, todos os presentes, espontaneamente, fizeram fila e vieram pedir a imposição de mãos.
Creio que Deus curou muitas pessoas. O culto terminou uma hora após o horário. Estou feliz.